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A Machorra do Maracanã


    Ana Luiza da Silva, a flha unica do senhor da Fortaleza, tinha suas razoes para fazer um testamento cheio de pormenores e condiçoes. ela era latifundiaria de grandes posses e muito consiente de sua posição na classe que exercia o poder político no Imperio do brasil, a dos magnatas rurais. Quando ela resolveu ditar seu testamento, já era avó dos filhos de Msanoel Inacio apenas, pois, sua filha Mecia Maria da Conceição, casada com o Tenente-coronel Josè Joquim de Andrade e Silva, não procriou, até  morte desta, em 1848. será que Ana Luíza ao mandar redigir o testamento, em vidad de seu genro José Joaquim, já sabia que sua filha Mecia era machorra? Sim, devia ter conhecimento dessa circunstancia, mas não tinha certeza plena. contudo, nao auterou o testamento, mantendo a clausula segundo a qual a Mecia nao    deixasse descendentes ao falecer, a fazenda do Maracanã passaria para a filha de Manoel Inacio.

    Há outra pergunta que paira no ar. O casamento realizado na hora do lobisomen!... Pode alguém, hoje, atinar o motivo de uma viúva casar-se sob a luzz de velas tão tarde da noite? O engenheiro civil Feliciano Nepomuceno Prates, gaúcho de nascimento, porém funcionario público da Província recentemente criada, ocupando o cargo de diretor da Inspetoria de Terras, casa-se com rica latifundiaria dos Campos Gerais, apresadamente, pela calada da noite!... em plena fase de luto por morte da testadora Ana Luíza da Silva!

    Mecia Maria da Conceição, com o segundo casamento, conviveu com seu marido Feliciano, habitando a casa de moradia no Largoda Matriz, nas proximidades da casa de seu irmão, o Comendador Manoel Inácio.

    Havendo seu casamento ocorrido em 31.7.1856, Feliciano, como co-herdeiro, figura nos autos de inventario de Ana Luíza da Silva, participando,inclusive, da partilha amigável dos bens, feita em 5 de abril de 1857. Os únicos imovesi recebidos pelo casal foram a fazenda Taquara, sitio na Enxovia, casa na Freguesia do Tibagi, terrenos e uma casa em Castro. Os demais bens em usufruto na Fazenda Maracanã. Gado em Monte Alegre, Taquara.

    Com 55 anos de idade, de congestão cerebral, em 28 de fevereiro de 1869, faleceu o Dr. Feliciano Nepomuceno Prates, sendo sepultado no então cemitério municipal da cidade, onde, hoje está o Centro de Saúde.

    A viuva Mecia Maria da Conceição, instruida pelo mano comendador, não se mexeu para dar bens ao inventario. era coletor interino das Rendas da Província o cidadão Constante José Borges que "a bem dos interesses da Fazenda", requereu ao juíz municipal suplente em exercício, o Tenente Coronel Joaquim José Borges, a intimação da viúva. Esta compareceu em nove de maio de 1869 e prestou juramento, declarando que seu marido tinha falecido em fevereiro do ano passado, sem testamento, "porque um que havia feito estava roto e com notas de seu próprio punho, inutilizando, por cujo motivo não tendo deixado herdeiros descendentes, nem ascendentes, toca sua sucessão a seus irmãos germanos, cujos nomes vão declarados no título de herdeiros". E declarou mais (aqui também já se nota a "mão do gato"): "Cumprindo porém evitar haja defeito no presente inventario, tem a declarar que o primeiro suplente do juiz municipal Jaquim José Borges não pode oficiar no presente inventário, tendo sido requerido por seu neto, Constante José Borges, na qualidade de coletor da Fazenda, delegado ao representante do procurador Fiscal.

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