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Dorothéa Wiedmann


Dorothéa Wiedemann nasceu na Alemanha em 1930 e veio para o Brasil em 1933. De Terra Nova, perto de Castro, no Paraná, a Curitiba, ao Recife, procurou por toda parte boas condições de estudo. O contraste das paisagens, sem dúvida, despertou a sensibilidade da artista, que em 1946 iniciou seus estudos na Academia de Belas Artes de Pernambuco. Desde então, ela fez aquarelas coloridas, estudos de padrões e outras experiências durante as datas do curso. 

Com uma biblioteca repleta de obras de Dürer, Käthe Kollwitz e outros, ela descobriu uma nova forma de comunicação: as gravuras. As xilogravuras espontâneas em preto e branco são o resultado de uma primeira exposição à técnica. 

Dorothéa então se mudou para São Paulo onde estudou com Yolanda Mohalyi e Karl-Heinz Hansen. Em viagem paralela ao Rio de Janeiro, conheceu a gravura em metal (junto com o ex-colega Darel Valença). Em 1952 frequentou o Atelier 17 de Stanley William Hayter para aprender mais sobre a técnica. Naquela época, ele já tinha um gosto especial por xilogravuras, mas nunca abandonou completamente as possibilidades do metal (novas gravuras surgiram nos anos 70). 

A mudança nunca acaba e, aos 24 anos, foi morar na Nova Guiné, onde o simbolismo e a cultura do povo inspiraram suas xilogravuras, aquarelas, desenhos e monografias. De lá para o Japão e de volta para Hamburgo, em 1959 fez sua primeira exposição (70 obras), onde apresentou tudo o que viu por lá, percorrendo com linhas livres. 

Ela permaneceu na Alemanha até o final dos anos 1950. Navegou de Hamburgo para Recife, seguiu para o Paraná e depois navegou por toda a costa do Brasil, atravessando o Mar das Antilhas até Miami. A artista passou a década de 1960 principalmente nos Estados Unidos, onde ensinou gravura, experimentou litografia, trabalhou como ilustradora de revistas e fez várias exposições em Coral Gables e Miami. 

Trabalhando com múltiplas matrizes, a precisão exige que Dorothéa se funda com a poesia, mas não torna rígida a obra acabada, e os galhos delicados correm pela árvore como veias repletas de conteúdo muito poderoso. Quando a técnica é totalmente absorvida pela expressividade, a própria técnica é um elemento formal da imagem; há um contraste entre conteúdo forte e recursos sensíveis (mas precisos). É uma dança entre dureza e dureza, conseguida com estas linhas precisas e muito densas e cores fortes apresentadas na transparência de superfícies densas com um ritmo dramático. 

Em 1979 voltou para Terra Nova e lecionou história da arte, gravura e desenho no Colégio Paraná. Como todos os grandes mestres, Dorothéa nunca termina seu eterno experimento, nunca fica satisfeita com os resultados e busca novas linguagens para expressar seu conteúdo. As obras que se seguem a esse período são cada vez mais livres e seus temas transitam das circunstâncias para as condições humanas universais, processo natural de amadurecimento dos artistas. Dorothéa domina as técnicas e formas da linguagem, seu foco muito mais próximo está na experiência global e pessoal das influências culturais adquiridas durante as viagens. Na fase final, surgem grandes ensaios e impressões de gravuras, utilizando técnicas modernas (impressões em ambos os lados do papel, impressões sobrepostas, transições deliberadas, 

Dorothéa Wiedemann faleceu em Castro em 1996, e sua obra faz parte de acervos de museus em mais de 10 países (EUA, Austrália, Inglaterra, Suíça, Alemanha, França, Japão, Barbados, Canadá, etc.).

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