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Mostrando postagens de dezembro, 2022

Criação da Província

       O movimento politico organizado para conseguir nossa emancipação da Província de São Paulo, não teve origem em Curitiba, como querem fazer supor alguns escritores. A Câmara de Paranaguá é que cabe a liderança. Em suas relações com outras vilas a velha cidade apelava para a cooperação no sentido da criação da nova Província. A Câmara da Vila de Castro recebeu, datada de lº de junho de 1833, a seguinte mensagem: "Ilmos. Senhores Presidente e Vereadores da Câmara Municipal da Vila de Castro. Ilmos. Snrs. Sendo bem conhecida a dificuldade de recursos desta Comarca para a Capital da Província pela extensão de terreno que nos divide, e outros obstáculos não menos manifestos; esta Câmara querendo tomar medidas que melhorem o incomodo que sofrem os habitantes desta Comarca na obrigação de recorrerem à Capital, e não querendo todavia dirigir algum requerimento à Augusta Assemb1éia sem ir de acordo com as mais Câmaras da Comarca, leva ao conhecimento de VV.SS. o interes...

Independência e Crise

      A primeira metade do século XIX caracterizou-se por mutações políticas, particularmente na América Latina. Napoleão Bonaparte, produto da Revolução Francesa, contribuiu, diretamente, para que os latino-americanos dessem passos à frente na consolidação de suas nacionalidades. Surgiram nações independentes dos velhos centros colonizadores. A Revolução Industrial se processava na Europa, tendo a frente a economia inglesa que liderava os setores têxteis e metalúrgicos. Foi alias, o desenvolvimento d indústria de base inglesa que carreou recursos e meios à batalha de Waterloo (1815).     O fato é que a fuga de D. João VI e sua vinda para cá descaracterizou o Brasil como colônia. Com a Independência, surgiram perturbações públicas: os portugueses que aqui não haviam rompido o cordão umbilical com a Europa, relutavam abdicar de seus pendores colonialistas. Respirava-se o ar da rebeldia e os desacatos às mais inverossímeis. Os desajustamen...

Revolução de 1924

      O movimento tenentista revolucionário ocorrido no primeiro quartel deste século teve um dos pontos nodais em território paranaense, envolvendo-se nele muitas pessoas da região, inclusive em vários combates e escaramuças. No entanto, no Livro de Atas sob nº XIII, na câmara a única referencia à revolução esta num requerimento do arrendatário do mercado, Ângelo Rolim de Moura, pedindo à câmara redução que devia pagar, alegando que, em consequência da revolução o trafego ferroviário estava paralisado e mercadorias não eram exportadas e nem importadas.     Depois disso, no mesmo processo histórico, surge a revolução d e1930. Consta em ata de 6 de outubro daquele ano que toma posse, em lugar do Prefeito Silvino Marques de Souza, o Major Otávio Novaes, nomeado prefeito pelo Gal. Mario Tourinho, em nome do Governo Provisório do Estado, representado pelo Cap. Ayrton Plaisant. Daí em diante desapareceu a Câmara. Criaram u...

Manoel Inácio do Canto e Silva

      Um dos homens mais ricos nos Campos Gerais, durante o Segundo Império, foi Manoel Inácio do Canto e Silva. Em 1872 afim de que cada um de seus filhos passa cuidar de seu futuro e aumentar seu patrimônio, fez partilha dos bens em vida a quatro filhos, num total de 585:224$775. Bonifácio José Batista, casado com a herdeira Ana Luiza Novaes do Canto, recebeu a fazenda "Agudos"; o filho Jordão do Canto e Silva, recebeu a fazenda "Morungava"; o filho José Felix Novaes do Canto recebeu a fazenda "Taquara" e o sitio "Curralinho" (este sitio tinha mais de mil alqueires); o Dr. Laurindo Abelardo de Brito, a fazenda Monte Alegre. Além das fazendas foram partilhados 70 escravos, 3253 cabeças de gado vacum e três casas no Largo da Matriz.         Manoel Inácio nasceu em 30 de maio de 18,5, na então vila do Príncipe (Lapa), filho declarado do capitão-mor Manoel José do Canto e de Ana Luiza da Silva. Casou-se em 3 de janeiro de 1832, com Câ...

Rua das Tropas

      As cidades comuns paranaenses criadas no século passado e situadas no eixo Norte-Sul, possuíam ruas conhecidas como das tropas e logradouros, transformados em bairros denominados Rondas, por uma decorrência da principal atividade paranaense de então, o troupeirismo, antes de serem construídas as estradas de ferro.     Não eram denominações oficiais, oriundas de algum ato político-administrativo das câmaras. Foram apelidos surgidos na boca do povo, num gesto espontâneo de reconhecimento ao comercio intenso de tropas que desciam e subiam, no transporte de coisas para o sul e de animais para o Norte.     O comercio com o litoral também era feito por tropas que transportavam couros, açúcar, lãs, café, algodão, mate, cera, mel, fumo, etc., produzidos no interior para voltar com sal, fazendas e outras mercadorias importadas.     este meio de transporte perdurou até que foram substituídos pelos carroções...

Os Dois Xavier da Silva

Oney Barbosa Borba      A rua nomeada de Dr. Jorge Xavier da Silva é histórica por excelência. Foi um dos pilares do Pouso do Iapó. Jamais foi rua traçada segundo à técnica, na sua origem tricentenária. Seu início foi a trilha feita pelas patas de mulas que passavam desde a Água Suja, onde se dessedentavam, até o início da travessia pelo vau do Iapó. Os ranchos que se ergueram ao lado do caminho deram-lhe a feição de rua, a Rua das Tropas. Não há notícia da existência de placas para identificá-la, porém, desde dantes, quando a Póvoa se enfeitava, seus moradores, tropeiros em sossego nos ranchos de porta e janelas com trancas, começaram a indicar seu paradeiro como na Rua das Tropas, para diferençar de outros desvios que se faziam para o rio.       Muitos anos se passaram do pouso para a freguesia e o caminho principal para o vau era pela Rua das Tropas, até que a freguesia foi transformada em vila. E quando a Rua das Tropas já atingia o máximo desenvol...

A Machorra do Maracanã

     Ana Luiza da Silva, a flha unica do senhor da Fortaleza, tinha suas razoes para fazer um testamento cheio de pormenores e condiçoes. ela era latifundiaria de grandes posses e muito consiente de sua posição na classe que exercia o poder político no Imperio do brasil, a dos magnatas rurais. Quando ela resolveu ditar seu testamento, já era avó dos filhos de Msanoel Inacio apenas, pois, sua filha Mecia Maria da Conceição, casada com o Tenente-coronel Josè Joquim de Andrade e Silva, não procriou, até  morte desta, em 1848. será que Ana Luíza ao mandar redigir o testamento, em vidad de seu genro José Joaquim, já sabia que sua filha Mecia era machorra? Sim, devia ter conhecimento dessa circunstancia, mas não tinha certeza plena. contudo, nao auterou o testamento, mantendo a clausula segundo a qual a Mecia nao    deixasse descendentes ao falecer, a fazenda do Maracanã passaria para a filha de Manoel Inacio.     Há outra pergunta que paira no ar. O ca...

O Imortal Castrense Bento Mossurunga

      B ento João d'Albulquerque Mossurunga - maestro Bento Mossurunga, uma das mais expressivas figuras da história da nossa música. Nasceu em Castro, no dia 6 de maio de 1879, filho de João Bernardes d'Alburquerque Mossurunga e de Graciliana Reis d'Albulqquerque Mossurunga. Desde cedo teve inclinação para a musica, e foi no convívio com os violeiros populares, tocadores de fandango e toadas sertanejas, que se tornou um tocador da violinha sertaneja.     Autor do Hino do Paraná e Marcha da cidade de Curitiba, dentre as centenas de obras, Bento Mossurunga se tornou imortal ao ingressar na Academia Paranaense de Letras, em 1962. recebeu o diploma de Conselheiro Perpétuo da sociedade Brasileira de Autores teatrais do rio de Janeiro; Cidadão Honorário de Curitiba, em 1956; e, em 1957, foi homenageado como sócio fundador número 1 do Sindicato dos Músicos Profissionais do Rio de Janeiro.     Veio para Curitiba em 1895, estudantes com o prof. Adolfo Corradi,...

Tudo Começou com o "Pouso do Iapó"

    A história de Castro é um oceano de nome s e datas, proporcionais à extensão que ocupava por volta de 1848. com croqui do Dr. João Mercer mostra que a Província do Paraná, em sua maior parte, pertencia à antiga Vila Nova de Castro, de acordo com as divisas constantes do ato de criação da vila, pelo Dr. Francisco Leandro de Toledo Randon, em 20 de janeiro de 1789.     O processo de ocupação da cidade foi desencadeado pelo Roteiro das Tropas. De todo o Sul, inclusive a Argentina e do Uruguai, eram levadas tropas de muares para a feira anual de Sorocaba. Esses animais - que transportavam tudo o que se produzia e se consumia no Brasil - eram, depois, levados para o Centro, o Nordeste e Norte do país.      O caminho das Tropas, partindo do Rio Grande do Sul, atravessava Santa Catarina, penetrando no atual território paranaense em Rio Negro, depois cruzava a barreira fiscal ("Registro") à margem do Iguaçu, onde eram pagos os tributos sobre cada animal. O...

Júlio Ravazzi

       Júlio Ravazzi, natural de cidade Pietra Santa Luca na Itália, foi convidado para trabalhar com escultura no prédio Martineli, em São Paulo. Com ele vieram mais 21 pessoas, inclusive seu cunhado Carlo Cemin. Em São Paulo conheceu sua esposa dona Angelina Guerreira Ravazzi, natural da Espanha. Quando solteira morou na rua XIX em São Paulo. Seus 2 filhos eram José Ravazzi Neto, conhecido como Telvo, ela Terezinha Ravazzi Santos, casada com o senhor Luiz Santos, que hoje moram em Apucarana.      Após morar algum tempo em São Paulo veio para Curitiba no Vardani e montou uma fábrica de marmoraria, depois vieram para Castro, em 1939. Sua filha passou a estudar no Colégio São José e servia como modelo para fazer as imagens de santa em tamanho natural, bem como Nossa Senhora de Lourdes, que está em Arapoti na Fábrica de Papel e Nossa Senhora Bernadete em Curitiba, na Igreja das Mercês, e fez também vários trabalhos artesanais para túmulos em Ponta Grossa...

Orlando Mattos

Nascido em Castro em 1917, foi desenhista, chargista, jornalista e pintor. Filho de Fortunato Soares Mattos e Amália Montezano de Mattos.      Militante e combatente na Revolução Constitucionalista de 1932, alguns anos depois começa a utilizar dos desenhos para se expressar. Já aos 18 anos colaborava como ilustrador de diversas publicações. Começou a trabalhar em agencias de publicidade. Fixando trabalho no jornal Folha de São Paulo, onde é reconhecido internacionalmente tornando-se diretor de Arte.      O trabalho jornalístico ampliou e possibilitou sua capacidade critica e a incorporou sem suas obras. Foi um chargista consagrado e de renome a serviço da critica social, do jornalismo e do humor gráfico. Ganhou espaço próprio, marcando presença em diversos salões internacionais de desenho e pintura.      Nas artes plásticas Orlando usava os temas religião, trabalho e a sensualidade feminina. A critica social, coisa vinda de sua parte jornalís...

Oney Barbosa Borba

       Oney Barbosa Borba. Advogado, jornalista, escritor, e pesquisador iapoense.      Nascido em 20 de dezembro de 1915, em Ponta Grossa. Desde a sua juventude militando em questões políticas a favor do povo, foi até preso, que segundo seus próprios relatos, era ainda menor de idade, por participar ativamente de movimentos estudantis contra a ditadura eminente na época, foi recolhido para a penitenciaria de Ahú, em Curitiba. Por ainda não ter maioridade foi transferido para o quartel do Corpo de Bombeiros, onde desde os primeiros momentos se prestou a aprender os exercícios e atividades dos “Homens do fogo”, que posteriormente serviria para seu objetivo principal, escapulir dali.       Bem num dia das crianças, Oney consegue fugir por uma janela, e caindo de vários metros de altura protegido apenas por um paletó corta vento grosso que tinha jogado não chão, onde pousou e saiu em liberdade. Bem nem tanto, a partir daí teve que vive...

Judith Carneiro de Mello

        Em 11 de abril de 1923 nasceu a Dona Judith, em Castro. Filha do Major Vespasiano Carneiro de Mello e D. Maria Conceição Bueno Barbosa Carneiro de Mello, era ela e mais onze irmãs.      Mesmo nunca concorrendo a cargos políticos, continuo o trabalho de seus pais na educação e cultura, dando enormes contribuições aos seus conterrâneos.      Judith começou seus estudos no Colégio São Jose, concluído o curso secundário em 1940 foi para Curitiba cursar na Escola de Professores de Curitiba concluindo em 1942 recebendo o diploma de normalista. Em 1943 a mando de Manoel Ribas, começou a lecionar em uma classe do Grupo Escolar Dr. Vicente Machado, em Castro. Também foi professora do Grupo Escolar Mercês, em Curitiba, por dois anos ate 1952, e em Piraí-do-Sul no Grupo Escolar Leandro Costa, na Escola Normal e Ginásio Jorge Queiroz. Em Rolândia, também foi professora no Ginásio Estadual e na Escola Normal Regional.     ...

Jose Pedro Novaes Rosas

     Em 1896, em castro nasce Jose Pedro Novaes Rosa, Filho de Francisco Batista Rosas e Mécia Novaes Rosas, e Neto do Primeiro Prefeito da cidade Castro Jose Felix Novaes do Canto. A casa é conhecida de todos, imagino, hoje muito conhecida como CASA DA PRAÇA, situada na Praça Getúlio Vargas, no antigo largo da Matriz.      Estudou em Curitiba no colégio do professor Júlio Teodorico até o 5º ano, transferiu se para o Colégio Diocesano e no Mosteiro de São Bento. E por fim cursou o curso de Direito em São Paulo, desistiu por causa de sua saúde, voltou para castro, na Fazendo Mocambo, de seu avô.      Como seu avô, inteirado na fazenda, mas também na política da cidade, dedicando-se ao estudo de documentações em arquivos municipais, cartórios, livros tombos das igrejas, foram muitas suas viagens para são Paulo para realizar essas pesquisas.      Atuou como ajudante e advogou por tempos, e também atuante camarista. Pedro Novaes fo...

Dorothéa Wiedmann

Dorothéa Wiedemann nasceu na Alemanha em 1930 e veio para o Brasil em 1933. De Terra Nova, perto de Castro, no Paraná, a Curitiba, ao Recife, procurou por toda parte boas condições de estudo. O contraste das paisagens, sem dúvida, despertou a sensibilidade da artista, que em 1946 iniciou seus estudos na Academia de Belas Artes de Pernambuco. Desde então, ela fez aquarelas coloridas, estudos de padrões e outras experiências durante as datas do curso.  Com uma biblioteca repleta de obras de Dürer, Käthe Kollwitz e outros, ela descobriu uma nova forma de comunicação: as gravuras. As xilogravuras espontâneas em preto e branco são o resultado de uma primeira exposição à técnica.  Dorothéa então se mudou para São Paulo onde estudou com Yolanda Mohalyi e Karl-Heinz Hansen. Em viagem paralela ao Rio de Janeiro, conheceu a gravura em metal (junto com o ex-colega Darel Valença). Em 1952 frequentou o Atelier 17 de Stanley William Hayter para aprender mais sobre a técnica. Naquela é...